"Que apesar dos pesares conserva o bom-humor, caça nuvens nos ares, crê no bem e no amor."
Carlos Drummond de Andrade

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O lamento

Já não te vejo bem... Você existe?
Dizem que existe, aí, em algum lugar...
Será que devo alimentar mais um sonho que um outro se desfez?!
Vultos? Ventos? Pôr do sol? Mar? Estrelas? 
Será que vem? Será que vejo? Será que sinto?
-Não sei se me vês assim também, amor... Agarrada à uma tal esperança...
-Cego está quem? Eu ou você?
Será um fantasma de amor que vive assombrando este pobre coração?
Estarei condenada à solidão?
-Não sei, amor! 
Tem dias que és tudo que mais quero... 
Em outros, tão cansada, és um simples nada! Chego a odiá-lo!
És o vulto da esperança que passa nos dias que já são breves e beija a minha boca...
Mas há dias que adormeces em meu peito como pedra, e, me amarga a boca como fel... 
Em outros, estás tão vivo que me arde em tudo como brasas...e a boca quase que escorre em mel...
És aquele que vive e que morre em mim sem nenhuma piedade...
Sou a mulher e a viúva daquele que nem sequer conheceu
Hoje é daqueles dias que me aperta o peito como pedra...
Ai meu Deus! Que tormento este meu lamento...
Lene Soares

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