"Que apesar dos pesares conserva o bom-humor, caça nuvens nos ares, crê no bem e no amor."
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Fome da tua sede


Vem sem medos
sem reservas
sem demoras
Deixa-me amar-te em teus cansaços
em tuas sedes
em tuas ânsias 
Vem e cobre a nueza dos meus sonhos 
Vem e cala meus prantos com o frenesi dos teus beijos
O amor é feito um reflexo azulzinho de luar
Há de se ver um tão raro refletido neste nosso mar 
Vem e levanta o sol adormecido do meu peito
Vem e faz brilhar a lua taciturna que fotografo da janela
Os meus olhos têm a fome da tua sede...
Talvez seja por isto que vejo sonhos desenhados à nanquim:
- um início, um mar, um porto, um barco, uma partida, 
  um cais, uma âncora, um futuro...
Mas não há estrelas pontilhadas no céu,
posto que tudo já é saudade, fome e sede.
Lene Soares

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