"Que apesar dos pesares conserva o bom-humor, caça nuvens nos ares, crê no bem e no amor."
Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Palavras ao vento

Quase sempre te escrevo...
mas ando com o coração
desanimado...
as palavras que te entrego
parecem que adormecem
no espaço, e no tempo...
preciso de um vento
forte que as impulsione, 
e as façam chegar até você...
talvez algumas cheguem 
na calada da noite,
e beijem teus lábios com
doçura e despertar...
e, outras te abracem 
com o calor do amor que 
mora no meu peito...
o cansaço bate a porta,
e você não chega...
minhas palavras não te tocam,
 já nem sei se existes...
meus sonhos viajam todos 
os dias no seu universo...
e você, sem forma e sem nome, existes
no silêncio, obscuro, disperso, distante...
teu corpo, teu rosto, teu nome, teu cheiro,
teu coração, tua existência...
tudo!  - o espaço me consome...
e eu, só conheço essa tua ausência...
sei que hoje me encontrei com o luar,
que ouviu o silêncio de nós dois...
e a estrela que lê meus pensamentos estava
lá, num céu aberto e lindo...
céu, estrela, luar
e eu, a pensar em ti...
meu coração ainda diz,
que em  breve estarei no teu olhar...
que a força do meu amor te tocará...
que você ficará de mãos dadas com o meu sorriso...
te espero meu amor!
Lene Soares

9 comentários:

  1. Fiquei boquiaberto com a beleza deste poema.
    O amor, o sentimento de espera, fiquei contido em cada palavra lançada ao vento, que ele leve-as na esperaça de reencontrar novamente o amor.

    Esse é o seu estilo, poemas de amor, não corre no cliche de rimar amor com dor, beijo com ardor, mas tem existência profunda e bela.

    Parabéns.

    Beijos

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  2. Vou correr atrás desse vento recolhendo as palavras contidas nesse sentimento...

    Lindo!!!Lu.Eu vou roubar esse poema!!!!!!

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  3. Parabéns pelo poema, e um ramo de rosas para ti como retribuição...

    Sujeição Ante o Resultado Acontecido...

    Ao luar, entre as diatribes da luz
    Das coisas, das sombras esmaecidas
    Recordo agora, havia biliões de rosas
    Vermelhas, quase todas se tida jus
    Houvesse no dizer, caídas, esquecidas
    Entre as estantes, sobre as mesas
    Acocoradas aos cantos, acetinadas
    Folhas entre as demais páginas
    Espelhando os sentidos nos sentires
    Embora eu, ao ver-te assim repartida
    Clonada pela refracção das lágrimas
    Te fizesse em absoluto reflectida,
    Cuidasse serem cada qual tu apenas
    Noutra forma desigual às pequenas
    Surgidas dos canteiros e jardins
    Dos beirais, esquinas, nuvens, sebes
    Alucinação de louco entre querubins
    Não destrinçando minha sede das sedes
    Que todas as flores, lírios, jasmins
    Orquídeas, hortênsias, cravos, alecrins
    Estevas, afinal, que todas por igual têm
    Achando a minha maior, mais imperiosa
    Como nenhuma outra, e que mais ninguém
    Tivera já, ao ver em tudo e todos só rosas
    Rosas, e rosas, e rosas de pétalas acesas
    Simplesmente porque tu as foste ou és
    Entre as estantes, os arcos, as devesas
    Sentada, caminhando, sobre cadeiras
    Nas muralhas, claustros e seteiras
    Arrumando o carro na berma da estrada
    Descendo a rua ou subindo a escada
    Entrando na sala de aula na tua escola
    Vindo do café, lendo revistas ou tão-só
    Navegando na Net e ouvindo meu dó
    Pedido não trinado por qualquer viola
    Mas antes no desmedido obstinado
    De um coitado ansiando pela esmola
    Da tua atenção, do teu tempo e olhar
    Insistindo, porém insistido no rimado
    Exagero requerido de poemas a dançar
    Numa roda de dizeres repetidos sem fim
    Na crença tida que ao ver-te em todo lado
    Tu venhas um dia, enfim, a reparar em mim.

    Todavia acordado, até no quotidiano viver
    Durante as tarefas como nas conversas tidas
    Ao fazer as compras nos hipermercados
    Quando pelo autocarro espero, subo, desço
    Escrevo recados, de manhã ou ao entardecer
    Avalio as escritas passadas já imprimidas
    Descoso as entretelas de filmes visados
    Arrumo a casa, lavo a louça, e no avesso
    De mim me viro para corar o íntimo ser,
    Então, continuo a ver rosas onde rosas via
    Flores atrás de flores a cada hora, cada dia
    Segundo a segundo a cada e todo o instante
    Feitas de jade, porcelana, diamante
    Esmeraldas, quartzos, pérolas, rubis
    Quer nas velas sobre o oceano navegante
    Quer nas serras e descampados primaveris.

    Estendidas sobre toalhas das praias e areais
    Na relva das piscinas campestres e barragens
    Nos rios, tombadilhos de barcos, nas carruagens
    Do Metro, discotecas, esplanadas, jornais
    E revistas, em fotos e quadros e textos originais
    De poetas inéditos como dos clássicos antigos
    Que mais não escreveram do que palimpsestos
    Dos meus, envelhecendo-lhe eras e contextos
    Dando-lhe atmosferas idas e velhos artigos
    Ou arcaicas cantigas de amigos e madrigais.

    Pois bem: a essas flores, oriundas das cascatas
    Das ondas, numa vaga de espuma e incenso
    Tão vivazes, ríspidas, vagabundas e insensatas
    Amei-as todas, por causa de uma, em que penso!

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  4. Uau!!!!!!! AMEI =D

    Sem palavras...'suspiros' rsrs

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  5. Se se define por uma silples cristã, aprendiz de poeta, vejo que é modesta, pois a poesia não se aprende, nasce nos olhos de quem vê com poesia, como acontece com você.

    Parabéns por fazer poesia!

    Grande abraço do Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com

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  6. Olá! Saudações Literárias...
    Muito bem cuidado seu espaço. Parabéns!
    Sempre que eu puder voltarei.
    Abraços de Luz.
    Visite o ILUMINANDO A VIDA.

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  7. A ESPERA

    Não perdes por esperar
    Já nascestes esperando
    Não custa continuar fazendo
    Nesta vida Aguardando

    Esperaste prá falar,
    Prá andar, correr, saltar
    Prá aprender o que sabes
    Prá saber mais esperar

    O Apressado come crú
    O que em nada é agradável
    O Atrasado nada come
    Quando come é sobejável

    A vida é uma grande espera
    Quem espera sempre alcança
    Algo que nos preencha
    Que se guarde na Lembrança

    É de bom alvitre recordar
    Como foi que se esperou
    Já de posse da conquista
    O que por ela se pagou

    Para que em nova espera
    Se alcance novamente
    O Ideal almejado, anelado
    Que virá naturalmente
    Fazendo-nos tão radiantes
    Tão felizes, tão contentes

    RICARDO RIBEIRO

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  8. Lindo demais, sentimento de quem esta apaixonada, e quando estamos, somos assim, deixamos que as palavras e o pensamento levem os sentimentos, principalmente na calada da noite ufa! lindo demaais. Adorei seu blog!
    bjsss

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  9. :) Queridos amigos, poetas...
    Muitíssimo obrigada, pelas palavras, incentivo, poesias lindas! É uma honra, um privilégio tê-los aqui!

    Um abraço e beijo no coração de cada um.

    ;)

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